DEVAGAR, NAS ASAS DO VENTO
Para
o Gonçalo, com muito carinho
É tempo de nao
ter pressa
Olha como é
calmo o Douro
e
velozes as sardinhas e o savel
Olha
como a lua se deita no Cabedelo
e
o sol acorda no Atlântico
A lua quase
tropeça
o sol arranca aos
solavancos
Do
alto da Ponte da Arrabida
olha
bem para a Afurada
Ja
reparaste como sao calmos os marinheiros
e
velozes as gaivotas
apesar
do nevoeiro
Percorre as
margens do Douro
e veras que nao
ha
nem nunca houve
muros que o
detenham
quando se zanga
a
nao ser o vento
ou
o sonho
Nao
estugues o passo
mas
vai depressa com o vento
O
vento é amigo
o
vento protege
e
nas asas do vento
chegaras a tempo
a uma enseada
amena
Chegaras à terra
da alegria
E quando ai
chegares
sentiras de novo
o bafo do vento
a
ternura das aguas do Douro
o
brilho das escamas do savel
a tez burilada
dos pescadores
e de novo
perguntaras onde sera o teu lugar
naquela lingua de
areia e fogo
De joelhos frente
ao Atlântico
faras uma prece
ao vento
exclamando
vê como cheira a
resina
vê como é
imensa a terra da alegria
O Porto e o
Brasil
aqui tao perto
Antonio Barbosa
Topa
Paris, 23 de
Julho de 2014
Sem comentários:
Enviar um comentário