Pela
Teresa, minha mãe, e para ela
Quando o relógio do tempo
Marcar a hora da viagem
Rumo à profunda boca do olvido
Quero ir bonita
Como se fosse de passeio
Até à Foz ou à Afurada
Assistir a uma chuva de estrelas
Da Ponte da Arrábida
Com lágrimas de sal e fogo
Direi até logo à festa de São Pedro
Soprando na mão em concha
um último beijo ao Cabedelo
O corpo que vêem partir
É um concentrado de lágrimas
De lutas de raivas e de sonhos
Viveu quanto o tempo aceitou
Em vida deixou raízes
E na viagem mais sonhos semeará
Até logo meus pedaços de mim
António Barbosa Topa
Paris, 28.03.2003
1 comentário:
adorei... não posso dizer mais. comoveu-me. seriam estas as palavras que ditaria para meu testamento. com ligeiras alterações locais. obrigada.
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