Ainda não chegaste
onde
começa o orvalho
e já pressinto o teu gesto
o teu odor a canela
Quando
chegares
a tua mão na minha
iremos à
procura do sol
O meu
passaporte
és tu
debruada de fogo
Sei que
não haverá estrela
que nos
atolhe o caminho
Debruada
de linho e água
serás toalha sobre o
Douro
para
saborearmos o sável
e assistir ao suicídio das taínhas
Devagar
entrega-me ao Cabedelo
e dá-me um beijo
O corpo
que vês partir
não é corpo
é barco
e onda
a algum
porto há-de chegar
Paris,
2001
António Barbosa Topa