11/04/14
XV
Sentado no cais da Ribeira
fiquei à tua espera
contabilizando sonos sonhos
navios neblinas e delírios
Quando cansado de perscrutar
a linha do horizonte
acordei estremunhado
lá vi a tua velha bicicleta de fogo
mas tu não vinhas pedalando nela
Deitado na espuma das palavras
adormeci esperando a maré viva
e o regresso do teu cheiro a canela
Foram longos os dias e as noites
até que à costa desse a tua bicicleta
que trazia o cheiro a canela e um recado
«Numa terra intensamente branca
encontrei peixes de mil cores
tremoços azuis cerejas cor de nácar
e pérolas do tamanho do sol
Um velho sábio sem dentes soletrava sonhos.
Fico aqui. Dorme em paz. Até logo.»
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
Sem comentários:
Enviar um comentário