30/05/16

Devagar


Devagar
como o fogo e a água
por dentro da noite

deitar-me
numa lágrima
até ser rio

vestir-me
de azul e bruma
ser asa

Quando a noite
for água e fogo
tirar a gravata

espetar o sono
nos cornos do tédio
respirar

Devagar
num só instante
como a águia

em voo picado
penetrar no azul
do fogo  da água
Devagar pela noite dentro
até ser vento

Antonio Barbosa Topa


Paris, 05.04.2001

Sem comentários: