De
Orly
partem
os navios
que
se aconchegam
no
sonho
e
adormecem
nos
lábios do delírio
Em
Orly
as
janelas abrem-se
sobre
o azul
e
é lícito
debruçar-se
sobre
o mar
À
Portela
chegam
chegando
pesados
comboios
de
sono e medo
carregados
dos cheiros
dos
domingos de partida
Em
Campanhã
ou
nas Devesas
nas
lágrimas do adeus
acaba
o sonho
começa
o mar
e
o sono
quando
numa
só lágrima
o
Atlântico inunda
o
boulevard Saint Michel
e
a Ribeira
(Em
" O Fio da Palavra",
Edições
ACAP 77, 1993)
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